Unbounded
2017
Ficha técnica e Artística
Conceção e coordenação coreográfica: Romulus Neagu
Interpretação e co-criação: João Santiago
Desenho de luz: Cristóvão Cunha
Música: Peter Broderick & Machinefabriek, Nils Frahm e Orla Wren
Produção: Teatro Viriato; INTRUSO Duração aprox.: 45 min., m/6anos.
UNBOUNDED é uma encomenda do Teatro Viriato.
Estreia 27 de Setembro de 2017, Teatro Viriato – Viseu.
"Em UNBOUNDED, Romulus Neagu assina a conceção e a coordenação coreográfica, João Santiago a cocriação e interpretação e Cristóvão Cunha, assina o desenho de luz. Assim escrito, pode parecer que estou simplesmente a dar a conhecer a ficha artística do espetáculo, mas não é esta a minha intenção. Na verdade, gostava de ser capaz de descrever em palavras a sensação de poder ver em cena o real diálogo que acontece entre os trabalhos dos três profissionais envolvidos. O espaço cénico e o desenho de luz são de tirar o fôlego. Belos e eficientes. Fôlego que recuperamos com as respirações, a segurança e a fluidez na execução de cada movimento pelo intérprete e cocriador. Imagino que conceber e coordenar coreograficamente este trabalho tenha sido de uma riqueza enorme."
Henrique Amoedo
(Dir. art. CIA. Dançando com a diferença)
Há uma relação de similitude entre o desenvolvimento humano e a criação artística. O processo de preparação do indivíduo como elemento social é igual ao processo de formação do indivíduo como performer. Os contextos são sem dúvida diferentes mas os conceitos são muito semelhantes.
A questão da identidade revela-se como importante não apenas no plano social, mas também no contexto concreto das artes do espetáculo, na relação Eu-Pessoa – Eu-Artista no centro do discurso performativo.
Vida vs. Criação Artística, Indivíduo vs. Performer, Criação e Interpretação, Eu e a Personagem.
Enquanto seres humanos reagimos à uma diversidade de estímulos vindos do mundo que nos rodeia, desenvolvendo na nossa «fábrica de sentidos» múltiplas capacidades de reação e através da constante estimulação destes sentidos aumentamos as nossas capacidades de absorção, adaptação, transformação e resposta adequada, tanto no campo social como no campo artístico.
Através deste procedimento é que nos multiplicamos o conhecimento, definimos a personalidade e criamos o «vocabulário» da própria identidade. Em termos genéricos, podemos afirmar que olhamos para o mesmo processo de aprendizagem mas que ocorre em contextos e períodos de tempo diferentes.
Refletindo sobre esta possível analogia entre as formas de aprendizagens semelhantes do crescimento do indivíduo como elemento social por um lado e como artista por outro, observamos que as várias metodologias de aprendizagem nas artes performativas, desde cedo tentaram acompanhar o processo natural da evolução humana, criando uma relação cúmplice de dualidade homogénea entre Eu-Pessoa e Eu-Artista na constante tentativa de encontrar uma verdadeira forma de expressão individual seja ela na vida real ou num palco.
Quem é o intérprete? Até que ponto o seu desenvolvimento humano é/foi influenciado pela sua arte? Qual a sua procura e motivação permanente?
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